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STJ manda TJMS reavaliar licença para desmate de área 10 vezes maior que Corumbá no Pantanal

Brigadistas tentam proteger ninho de tuiuiú em incêndio no Pantanal de MS O Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou que o Tribunal de Justiça de Mato ...

STJ manda TJMS reavaliar licença para desmate de área 10 vezes maior que Corumbá no Pantanal
STJ manda TJMS reavaliar licença para desmate de área 10 vezes maior que Corumbá no Pantanal (Foto: Reprodução)

Brigadistas tentam proteger ninho de tuiuiú em incêndio no Pantanal de MS O Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou que o Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS) reavalie a autorização ambiental que permitiu o desmatamento de 20 mil hectares no Pantanal, em Corumbá (MS). A decisão foi tomada nesta quarta-feira (16), após recurso do Ministério Público Estadual (MPMS), que apontou irregularidades no processo de licenciamento. A área desmatada fica na Fazenda Santa Mônica, que tem 38.398 hectares e está localizada em uma região considerada de preservação permanente e refúgio de aves migratórias. A autorização foi concedida pelo Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul) em abril de 2017 e tinha validade até abril de 2021. ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 MS no WhatsApp Essa autorização permitiu a supressão de vegetação em área que representa quase 10 vezes o tamanho da região urbana, onde vivem os mais de 90 mil habitantes de Corumbá. STJ determina novo julgamento sobre desmate no Pantanal O MPMS recorreu ao STJ após o TJMS manter a validade da licença, mesmo depois de uma decisão de primeira instância que havia anulado o documento. Segundo o Ministério Público, o tribunal estadual não analisou todos os argumentos apresentados, como falhas no Estudo de Impacto Ambiental (EIA-RIMA), ausência de medidas de compensação e riscos ao ecossistema pantaneiro. O relator do caso, ministro Benedito Gonçalves, reconheceu que houve omissão no julgamento anterior e determinou que o TJMS faça uma nova análise. “Reconsidero a decisão de fls. 4.172/4.174 e, conheço do agravo e dou provimento ao recurso especial, para [...] determinar o retorno dos autos ao Tribunal de origem, a fim de que seja realizado novo julgamento, com o expresso enfrentamento das questões suscitadas”, escreveu o ministro. O Ministério Público Federal (MPF) também se manifestou a favor do recurso, afirmando que os pontos ignorados pelo TJMS poderiam mudar o resultado do julgamento. MPMS aponta falhas no licenciamento e riscos ao bioma Conforme o MPMS, o licenciamento ambiental desrespeitou normas do Zoneamento Ecológico-Econômico de Mato Grosso do Sul (ZEE-MS), resoluções do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) e o Código Florestal. O órgão também apontou que o EIA-RIMA não apresentou estudos específicos sobre o Pantanal e não avaliou os impactos sobre fauna, flora e países vizinhos. A autorização permitia a supressão de vegetação arbórea em 5.617 hectares, a substituição de pastagens nativas em 14.908 hectares e a queima controlada de restos florestais. Com a decisão do STJ, o processo volta ao TJMS para novo julgamento. O MPMS busca restabelecer a sentença de primeira instância, que anulou a autorização e determinou medidas de recuperação ambiental. Área autorizada para desmatamento, no Pantanal. MPMS/Reprodução