PRF autua mais de 10 caminhões após acidentes causados por cargas de eucalipto em MS
Transporte de toras de eucalipto para a produção de celulose precisa de autorização especial do DNIT e amarração correta da carga A Polícia Rodoviária F...
Transporte de toras de eucalipto para a produção de celulose precisa de autorização especial do DNIT e amarração correta da carga A Polícia Rodoviária Federal (PRF) autuou mais de dez caminhões por irregularidades na amarração das cargas na BR-262 , rodovia que corta diversos municípios, entre eles Campo Grande. A fiscalização aconteceu após toras de eucalipto se soltarem durante o transporte e causarem acidentes. Apesar dos danos a veículos, ninguém ficou ferido. Os acidentes aconteceram em trechos com grande circulação de carretas carregadas com eucalipto. Em um dos casos, um tronco perfurou a lateral de um micro-ônibus. Em outro, a madeira atravessou o para-brisa de um carro. ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 MS no WhatsApp Segundo a PRF, o principal problema é a falta de amarração adequada das toras, o que aumenta o risco de a carga se soltar durante o trajeto. “Uma das dificuldades que a PRF encontra nas fiscalizações é a carga externa sem amarração. O transportador inicia a viagem dessa forma. Com a vibração do caminhão, esse material pode cair na rodovia, ser lançado na pista e causar acidentes”, explica o inspetor da Polícia Rodoviária Federal, Tércio Baggio. A situação também preocupa quem trafega pelas rodovias, que muitas vezes prefere manter distância das carretas carregadas. “Ninguém sabe como está a carga, se está bem amarrada ou segura. Um tronco daquele pode escapar. Quando se anda com a família, não dá para correr o risco de se envolver em um acidente”, disse o comerciante Francisco Edval. O aumento do fluxo de carretas está ligado à expansão do setor de celulose no estado. Mato Grosso do Sul abriga uma das maiores fábricas de celulose do mundo, em Ribas do Rio Pardo, e outra unidade está em construção no município de Inocência. O transporte da matéria-prima ocorre principalmente pela BR-262, rodovia que passa por vários municípios, incluindo Campo Grande. De acordo com a PRF, o transporte desse tipo de carga exige o cumprimento de regras específicas. “Há uma série de exigências para que esses veículos possam trafegar nas rodovias. A primeira é a autorização especial de trânsito, por se tratarem de veículos longos, emitida pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT). A carga deve estar amarrada em pelo menos dois pontos, com cintas ou correntes adequadas. No caso das cintas, elas não podem ter fissuras nem cortes”, explica o inspetor da PRF José Antônio Fagundes. Os policiais explicam que o descumprimento das regras é considerado infração grave. A penalidade inclui multa de R$ 195, cinco pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e retenção da carreta até a regularização da carga. A PRF orienta ainda que os motoristas mantenham uma distância mínima de 50 metros das carretas que transportam toras de madeira. Para o Instituto Brasileiro de Segurança no Trânsito (IST), o transporte ferroviário é o mais indicado para esse tipo de carga. A fábrica em construção em Inocência já tem autorização para implantar 50 quilômetros de trilhos para escoar a produção. Já a ferrovia que liga o leste de Mato Grosso do Sul ao estado de São Paulo segue sem operação. “Fluxos com cargas pesadas e constantes, como toras, madeira e celulose, são mais eficientes não apenas em termos de custo, mas também do ponto de vista ambiental. Além disso, apresentam muito menos risco, com menos acidentes por quilômetro rodado”, afirma o presidente-executivo do Instituto Brasileiro de Segurança no Trânsito (IST), Carlos Machado. Floresta de eucalipto da Eldorado Brasil Divulgação Veja vídeos de Mato Grosso do Sul